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sábado, 23 de março de 2024
O ano que durou 445 dias por confusão no calendário
O projeto de Júlio César de organizar o confuso calendário romano quase naufragou devido a um erro básico de contagem
Martha Henriques
Role, BBC Future
Houve uma época em que o calendário era muito confuso. A festa da celebração da colheita, por exemplo, caía no meio da primavera.
Era o século 1º a.C. Segundo os rituais, deveria haver verduras e legumes prontos para comer durante a festa. Mas bastava o agricultor olhar para o campo e ficava claro que ainda faltavam vários meses para a colheita.
O motivo era o primeiro calendário romano. Ele ficou tão desregulado que importantes festivais anuais tinham cada vez menos semelhança com o que acontecia no mundo real. Até que Júlio César (100 a.C.-44 a.C.) quis corrigir esse sistema que não fazia mais sentido.
Não era uma tarefa fácil. Era preciso acertar o calendário do Império Romano e ajustá-lo para a rotação da Terra sobre seu eixo (um dia) e sua órbita em torno do Sol (um ano).
A solução encontrada por César nos deu o ano mais longo da história. Ele acrescentou meses ao calendário e os retirou em seguida, fixou o calendário às estações e criou o ano bissexto. Foi um projeto enorme, que quase deu errado devido a uma peculiaridade da matemática romana.
Estamos em 46 a.C. – o Ano da Confusão.
Os dias de festa e de jejum, entre outras datas importantes em Roma, eram sujeitos aos caprichos de um calendário que mudava de forma imprevisível ano após ano
O ano de 46 a.C. pode ter sido complicado, mas não tanto quanto o anterior, segundo a professora de história Helen Parish, visitante da Universidade de Reading, no Reino Unido.
O primeiro calendário romano era determinado pelos ciclos da Lua e do ano agrícola. Observando com os olhos modernos, a impressão é que está faltando alguma coisa.
O ano tinha apenas 10 meses. Ele começava em março (primavera do hemisfério norte) e o décimo mês do ano – o último – era o que conhecemos hoje como dezembro.
Seis desses meses tinham 30 dias e quatro tinham 31. Ao todo, o ano tinha 304 dias.
Como ficavam, então, os dias restantes?
"Os dois meses do ano em que não havia trabalho a se fazer no campo simplesmente não eram contados", explica Parish.
Em outras palavras, o Sol nascia e se punha, mas oficialmente não havia se passado nenhum dia no primeiro calendário romano. "Foi aí que começaram a surgir as complicações", segundo a professora.
Em 731 a.C., o segundo rei de Roma, Numa Pompílio (753 a.C.-673 a.C.), decidiu melhorar o calendário romano. Ele acrescentou meses adicionais para cobrir o período de inverno.
"Qual o propósito de um calendário que cobre apenas uma parte do ano?", questiona Parish.
A resposta de Pompílio foi acrescentar 51 dias ao calendário, criando os meses que hoje chamamos de janeiro e fevereiro. Esta extensão aumentou o ano-calendário para 355 dias. O número pode parecer estranho, mas foi escolhido de propósito.
Este número faz referência ao ano lunar (12 meses lunares), que tem 354 dias de duração. Mas, "devido à superstição romana com os números pares, foi acrescentado mais um dia, totalizando 355", segundo Parish.
Nesta reorganização, os meses foram dispostos de forma que todos tivessem números ímpares de dias, exceto fevereiro (28).
"Por isso, fevereiro é considerado de má sorte e a época de purificação social, cultural e política", segundo Parish. "É o momento em que você tenta apagar o passado."
Para a professora, o calendário de Pompílio foi um bom progresso, mas ainda faltavam cerca de 11 dias para atingir o ano solar de 365 dias e algumas horas.
"Mesmo esse calendário melhorado de Pompílio ainda fica dessincronizado com as estações com muita facilidade."
Perto do ano 200 a.C., o calendário estava tão adiantado que os romanos registraram como tendo ocorrido em 11 de julho um eclipse solar quase total observado em Roma no que hoje seria o dia 14 de março.
Quando o calendário atingiu esse ponto de "erro tão catastrófico", nas palavras de Parish, o imperador e os sacerdotes romanos recorreram à inserção pontual de um mês "intercalado" adicional, chamado mercedônio, para tentar realinhar o calendário às estações.
Mas isso não funcionou muito bem. Havia, por exemplo, a tendência de acrescentar o mercedônio quando autoridades públicas favorecidas estavam no poder e não para alinhar rigorosamente o calendário às estações.
O historiador e escritor clássico Suetônio (69-c. 141) queixava-se de que "muito tempo atrás, a negligência dos pontífices havia desordenado muito [o calendário], com seu privilégio de acrescentar meses ou dias segundo sua própria vontade, de forma que os festivais da colheita não caíam no verão, nem o das uvas, no outono."
O que nos traz de volta a Júlio César.
No ano de 46 a.C., já estava programada a inclusão de um mercedônio. Mas o astrônomo Sosígenes de Alexandria, consultor de César, afirmou que o mês adicional não seria suficiente daquela vez.
Seguindo o conselho de Sosígenes, César acrescentou mais dois meses nunca vistos antes ao ano de 46 a.C. – um com 33 e outro com 34 dias – para alinhar o calendário ao Sol. Estas adições criaram o ano mais longo da história, com 445 dias, ou 15 meses.
Após 46 a.C., o mercedônio, os dois meses novos e a prática de meses intercalados como um todo foram abandonados. Se tudo corresse bem, eles não seriam mais necessários.
"Então, voltamos a ter um calendário mais parecido com o que reconhecemos", conta Parish. "Excelente! Isso parece familiar e renovador!"
Os eventos agrícolas e as comemorações religiosas eram intimamente relacionados na Roma Antiga. O difícil era acompanhar essas datas com o instável sistema de calendário da época
Mas, infelizmente, alinhar o calendário ao Sol é uma coisa – mantê-lo alinhado é outra, bem diferente. O inconveniente é que a quantidade de dias (rotações da Terra) em um ano (órbitas da Terra em torno do Sol) não é um número redondo.
"É onde todo o problema começa", explica o astrônomo Daniel Brown, da Universidade Trent de Nottingham, no Reino Unido. O número de rotações terrestres em uma volta do planeta em torno do Sol é de cerca de 365,2421897... dias.
Em outras palavras, a Terra acrescenta quase um quarto de volta a mais sempre que completa uma órbita em torno do Sol. Por isso, Sosígenes calculou que acrescentar um dia a cada quatro anos – em fevereiro – ajudaria a compensar o desalinhamento.
Este sistema teria funcionado muito bem, pelo menos por algum tempo, não fosse a forma idiossincrática em que os romanos contavam os anos.
"Eles olhavam para os anos e contavam: um, dois, três, quatro", explica Parish. "Depois, eles recomeçavam a partir de quatro – então, eles contavam: quatro, cinco, seis, sete. Depois, eles começavam em sete – eram sete, oito, nove, 10."
"Eles contavam acidentalmente um desses anos duas vezes. Não levou muito tempo para perceber o início do desalinhamento."
Isso foi corrigido no reinado de Augusto. Os anos bissextos passaram a acontecer a cada quatro anos em vez de três e o calendário juliano começou a funcionar bem.
"Júlio César está quase chegando aonde o calendário precisa estar", afirma Parish.
Novas correções
O calendário juliano poderia ter sido o calendário definitivo, se a rotação da Terra, de fato, completasse exatamente um quarto de volta a mais todos os anos. Mas essa diferença é um pouco menor, em cerca de 11 minutos.
"Ou seja, lentamente ainda estamos ficando dessincronizados", segundo Brown.
A menor diferença entre o calendário humano e o movimento da Terra em torno do Sol gera uma discrepância que se acumula ao longo do tempo
A solução surgiu apenas muito tempo depois, em 1582, quando o papa Gregório 13 fez novos ajustes no calendário.
"Foi a correção feita pela reforma do calendário gregoriano – observar esse ponto e adaptar um pouco mais o calendário, cuidando para que [o ano bissexto] não seja apenas a cada quatro anos, mas para pular essa regra a cada 100 anos", explica Brown.
"Mas, depois, eles observaram que isso não coincide completamente – a compensação é excessiva. Por isso, a cada 400 anos, você não pula a regra."
É por isso que o ano 2000, por exemplo, foi bissexto: porque ele é divisível por 100 e por 400.
Para Parish, "tudo isso parece muito organizado", mas é aqui que a política começa a influenciar o curso do tempo. "É um calendário implementado por uma bula papal e, na verdade, não tem valor fora da Igreja e da tutela do bispo de Roma."
Houve pessoas que se queixaram de que o papa, na verdade, roubou 10 ou 11 dias do seu tempo ao ajustar o calendário, segundo Parish. Ainda assim, ao longo dos séculos, cada vez mais países passaram a adotar o calendário gregoriano.
"Mas, gloriosamente, eles não adotaram todos ao mesmo tempo", afirma Parish. "Se arrumou o calendário, mas passou a haver calendários em diferentes países seguindo modelos muito distintos."
Essas discrepâncias fazem com que "você possa ter a situação mais bizarra, na qual uma resposta escrita na Inglaterra para uma carta que chegou da Espanha pode parecer ter sido enviada antes da chegada da primeira", explica Parish, "porque a Inglaterra está na frente da Espanha no calendário."
Desde que foi amplamente adotado e sincronizado internacionalmente, o calendário gregoriano passou a oferecer alguns milênios de precisão. Mas ele ainda não é perfeito.
Na verdade, em meados do século 56, "alguém irá coçar a cabeça e dizer, 'espere um minuto, hoje deveria ser segunda, mas na verdade parece terça-feira'", segundo Parish. "Acho que provavelmente é uma margem de erro que iremos acabar aceitando."
Pelo menos, o calendário gregoriano nos fez ganhar algum tempo, até que chegue essa segunda-feira. Ou será que é terça?
Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future.
Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/articles/ckk730ykqq1o#:~:text=Seguindo%20o%20conselho%20de%20Sos%C3%ADgenes,445%20dias%2C%20ou%2015%20meses.
sexta-feira, 22 de março de 2024
A ciência tem a resposta para por que os pássaros voam em forma de V
Você já se perguntou como é possível que algumas aves sejam capazes de voar em forma de V? Há uma explicação para esse comportamento
Os pássaros voam em forma de V para reduzir seu arrasto aerodinâmico. Wikipédia
Por Oscar Almarza en Ciencia
As espécies evoluem com o tempo, e aquelas que melhor se adaptam ao ambiente sobrevivem nos ecossistemas. Nos casos em que há migrações, quem consegue superar os obstáculos são aqueles que desenvolvem as ferramentas necessárias para sobreviver. Chamem-lhe Teoria de Darwin. No caso das aves migratórias, Uma das características compartilhadas por várias espécies é a técnica de voo Você já parou para pensar no motivo dessa curiosa forma de pensar? Voando em grupo? A verdade é que há uma razão para isso.
Ciência
Por que as aves voam em forma de V para completar o ciclo migratório
Embora essa mesma característica seja compartilhada por certas espécies de aves que não percorrem milhares de quilômetros a cada ano, é um elemento que caracteriza aquelas que percorrem tais distâncias. De acordo com a referência a esta posição na Wikipédia, trata-se de uma posição estratégica que permite às aves poupar energia, uma forma de evolução que também ocorre nos seres humanos. Esse movimento reduz a resistência do ar, com a ponta formando a ponta fazendo o maior esforço em cada retalho.
O voo em V é uma técnica aperfeiçoada pela evolução praticada por algumas espécies de aves. Wikipédia
Esse elemento seria semelhante ao que acontece na água depois que um navio passa. As ondas que se formam ao seu redor seriam análogas ao vento que é formado pelo movimento das asas. A primeira posição,ou seja, aquela localizada no vórtice, geralmente é distribuída entre as diferentes aves que formam o V de tempos em tempos, a fim de distribuir o esforço no grupo. Esta técnica foi aperfeiçoada através da evolução ao longo de milhares e milhares de anos. Esta curiosa ferramenta para economizar energia durante viagens quilométricas foi adaptada por vários tipos de aves.
Na verdade, alguns deles fazem parte de famílias de aves completamente separadas, o que reforça a teoria da evolução. Deve-se notar, ao mesmo tempo, como essa solução de voo também tem implicações diretas na saúde das unidades envolvidas na formação do V, de acordo com o biólogo Henri Weimerskirch.
Aparentemente, foi possível registrar como as aves que se aproveitam da formação em V para se mover por longas distâncias têm uma frequência cardíaca até 15% menor do que se voassem sozinhas. Da mesma forma, a capacidade de planar também foi muito aumentada. Esse tipo de elemento é o que tem levado cada vez mais espécies a optarem por essa curiosa técnica para melhorar a eficiência nos movimentos.
Fonte: La ciencia tiene la respuesta a por qué las aves vuelan en forma de V (mundodeportivo.com)
Os pássaros voam em forma de V para reduzir seu arrasto aerodinâmico. Wikipédia
Por Oscar Almarza en Ciencia
As espécies evoluem com o tempo, e aquelas que melhor se adaptam ao ambiente sobrevivem nos ecossistemas. Nos casos em que há migrações, quem consegue superar os obstáculos são aqueles que desenvolvem as ferramentas necessárias para sobreviver. Chamem-lhe Teoria de Darwin. No caso das aves migratórias, Uma das características compartilhadas por várias espécies é a técnica de voo Você já parou para pensar no motivo dessa curiosa forma de pensar? Voando em grupo? A verdade é que há uma razão para isso.
Ciência
Por que as aves voam em forma de V para completar o ciclo migratório
Embora essa mesma característica seja compartilhada por certas espécies de aves que não percorrem milhares de quilômetros a cada ano, é um elemento que caracteriza aquelas que percorrem tais distâncias. De acordo com a referência a esta posição na Wikipédia, trata-se de uma posição estratégica que permite às aves poupar energia, uma forma de evolução que também ocorre nos seres humanos. Esse movimento reduz a resistência do ar, com a ponta formando a ponta fazendo o maior esforço em cada retalho.
O voo em V é uma técnica aperfeiçoada pela evolução praticada por algumas espécies de aves. Wikipédia
Esse elemento seria semelhante ao que acontece na água depois que um navio passa. As ondas que se formam ao seu redor seriam análogas ao vento que é formado pelo movimento das asas. A primeira posição,ou seja, aquela localizada no vórtice, geralmente é distribuída entre as diferentes aves que formam o V de tempos em tempos, a fim de distribuir o esforço no grupo. Esta técnica foi aperfeiçoada através da evolução ao longo de milhares e milhares de anos. Esta curiosa ferramenta para economizar energia durante viagens quilométricas foi adaptada por vários tipos de aves.
Na verdade, alguns deles fazem parte de famílias de aves completamente separadas, o que reforça a teoria da evolução. Deve-se notar, ao mesmo tempo, como essa solução de voo também tem implicações diretas na saúde das unidades envolvidas na formação do V, de acordo com o biólogo Henri Weimerskirch.
Aparentemente, foi possível registrar como as aves que se aproveitam da formação em V para se mover por longas distâncias têm uma frequência cardíaca até 15% menor do que se voassem sozinhas. Da mesma forma, a capacidade de planar também foi muito aumentada. Esse tipo de elemento é o que tem levado cada vez mais espécies a optarem por essa curiosa técnica para melhorar a eficiência nos movimentos.
Fonte: La ciencia tiene la respuesta a por qué las aves vuelan en forma de V (mundodeportivo.com)
segunda-feira, 31 de outubro de 2022
Rio Paraguai, singelo espelho do mundo
Oh!!!!!!!!!!!!! Rio Paraguai! Oh!!!!!!!!!!!!! Rio Paraguai!
Tu és o espelho reluzente das máculas do mundo
Nos sofrimentos da humanidade ele chora a cântaros
Nas alegrias da humanidade ele esbanja sorriso exuberante!
Em todas mazelas sofridas pela humanidade por guerras,
Revoluções, regimes impostores implantados à força,
Angusturas sociais, extermínio de populações inteiras
Nessas ocasiões o rio Paraguai chorou copiosamente
Derramando lágrimas esculpidas em estiagens extremas.
Oh!!!!!!!!!!!!! Rio Paraguai! Oh!!!!!!!!!!!!! Rio Paraguai!
Tu és o espelho reluzente das máculas do mundo
Nos sofrimentos da humanidade ele chora a cântaros
Nas alegrias da humanidade ele esbanja sorriso exuberante!
Em época de bonança, desenvolvimento intelectual,
Paz social, harmonia entre as diferenças, concórdia
Por um mundo de paz, justiça e benquerença
Nessas ocasiões o rio Paraguai sorriu estridulamente
Derramando lágrimas torrenciais com chuvas abundantes.
Oh!!!!!!!!!!!!! Rio Paraguai! Oh!!!!!!!!!!!!! Rio Paraguai!
Tu és o espelho reluzente das máculas do mundo
Nos sofrimentos da humanidade ele chora a cântaros
Nas alegrias da humanidade ele esbanja sorriso exuberante!
Coincidência ou não, nas décadas de dez, trinta, quarenta, sessenta
E setenta do século passado e nos anos vinte um e vinte e dois do
Século atual enquanto a humanidade sofria inúmeras mazelas
E desmandos dos poderosos mundo afora, o rio Paraguai espalhou
Estiagens sem precedentes nos registros históricos ao longo de seu curso.
Oh!!!!!!!!!!!!! Rio Paraguai! Oh!!!!!!!!!!!!! Rio Paraguai!
Tu és o espelho reluzente das máculas do mundo
Nos sofrimentos da humanidade ele chora a cântaros
Nas alegrias da humanidade ele esbanja sorriso exuberante!
Coincidência ou não, nas décadas de mil e novecentos, vinte,
Oitenta e noventa do século passado enquanto a humanidade
Vivia dias de reluzente paz fulgurante e novas trilhas pujantes
Se abriam para os povos outrora humilhados, o rio Paraguai
Extravasou enchentes que renasceu por anos o sonho do Mar de Xaraés!
Oh!!!!!!!!!!!!! Rio Paraguai! Oh!!!!!!!!!!!!! Rio Paraguai!
Tu és o espelho reluzente das máculas do mundo
Nos sofrimentos da humanidade ele chora a cântaros
Nas alegrias da humanidade ele esbanja sorriso exuberante!
A incrível história da humanidade contada através das cheias e secas extremas pelo rio Paraguai
Os céticos que não acreditam na magnanimidade da Mãe Natureza terão uma enorme surpresa ao se deparar com os dados históricos registrados do nível das águas do rio Paraguai, os quais são coletados diariamente pela Marinha do Brasil na Régua Fluviométrica localizada na cidade de Ladário/MS, à margem esquerda do rio Paraguai, na região do Pantanal sul-mato-grossense, no interior da América do Sul, próximo à divisa com a Bolívia.
Observando as leituras dos levantamentos da Régua Fluviométrica, em tela, efetuadas nos últimos 120 anos, para a mencionada localidade, verifica-se que os períodos de observação das grandes estiagens ou secas (baixos níveis das águas) do rio Paraguai coincidem com os períodos de grandes convulsões sociais e sofrimentos vivenciados por parcela significativa da humanidade, afetando em especial, os pobres e as minorias, dispersos mundo a fora.
Da mesma forma, também os períodos das grandes enchentes ou cheias (altos níveis das águas) do rio Paraguai coincidem com os períodos em que grande parcela da humanidade não padecia de grandes sofrimentos, como guerras, revoltas, períodos de governos ditatoriais ou intervenção estrangeira, ou ainda, doenças em grande escala, como pandemias, por exemplo.
Desde o ano de 1900 são registradas diariamente as leituras do nível das águas do rio Paraguai no município de Ladário/MS, pelas observações coletadas na Régua Fluviométrica instalada à margem esquerda do rio, na Base Fluvial do Comando do 6° Distrito Naval da Marinha do Brasil.
Piores estiagens ou secas verificadas em Ladário/MS
Durante os 120 anos de observação do nível das águas do rio Paraguai coletados diuturnamente pela Marinha do Brasil através de leitura da Régua Fluviométrica de Ladário/MS apresentam registros de dezessete secas ou estiagens, com a leitura da Régua indicando valores iguais ou inferiores a marca “zero” lida na Régua em estudo. Diante disso consideraremos essas estiagens ou secas as mais extremas ou severas verificadas na localidade em questão.
O ano que registra a menor leitura, ou seja, a maior seca ou estiagem registrada para a Régua Fluviométrica instalada em Ladário é o ano de 1964. A marca registrada é de menos 61 cm, no mês de setembro. Nesse ano foi implantada à força a Ditadura Militar no Brasil através de um Golpe de Estado, financiado pelos Estados Unidos, e apoiado pelos setores da extrema direita brasileira com a cumplicidade dos militares. Regime esse de terror que fora implantado para combater o fantasma do comunismo através de perseguição a estudantes, professores, profissionais liberais, compositores, cantores, em fim, perseguição à classe pensante brasileira.
O resultado do Golpe de Estado de 1964 que findou em 1985 é objeto de estudos em que uns poucos elementos da sociedade foram privilegiados, em especial, os militares e os políticos apaniguados a eles, em detrimento da imensa maioria da população, que permaneceu marginalizada de eventuais ganhos ou garantias de melhorias em saúde, educação, segurança ou qualidade de vida para o trabalhador. Naquela época tudo era proibido. Desde reunir, discordar, informar. A censura era a alma do governo, a qual imperou nessa época negra da história brasileira.
Coincidência ou não, o rio Paraguai naquele período de 21 anos de autoritarismo também chorou a morte, tortura, desaparecimento e exílio forçado de inúmeros brasileiros, além da expulsão de estrangeiros que não compactuavam com o regime. Um exemplo clássico é o padre italiano Vito Maracapillo expulso do país em 30/10/1980, porque argumentou, em carta, que não havia independência para um “povo reduzido a condição de pedinte e desamparado em seus direitos”.
O ano de 2021 apresenta o registro de menos 60 cm para a leitura da Régua Fluviométrica da Marinha do Brasil para a localidade de Ladário/MS no mês de outubro. Essa marca indica ser o ano de 2021 o ocupante da segunda posição do ranking da seca ou estiagem mais severa registrada para a Régua Fluviométrica em estudos. Coincidência ou não, vivemos um período com um governo que prega o negacionismo, não ouve o clamor da ciência, nega o aquecimento global, persegue opositores e cientistas, e o país celebra 603.324 mortos por conta da pandemia do covid-19 que não é lavada a sério, nem tratada com o devido respeito pelo governo federal, em especial o Ministério da Saúde. Ademais, nesse mesmo ano o Congresso Nacional cria o Orçamento Secreto e inúmeros penduricalhos destruindo o estado democrático de direito no Brasil, em todos os ramos, seja social, ambiental, etc.
No ano de 1971, em plena convulsão no Brasil, com a polícia política à caça de estudantes à bala, o rio Paraguai chegou a menos de 57 cm, no mês de setembro, sendo essa marca a terceira do ranking da seca ou estiagem mais severa indicada nos registros, inclusive é indicado que no mês de janeiro daquele ano atípico houve o registro negativo da altura da Régua Fluviométrica de Ladário. Um fato inédito, jamais ocorrido em outras épocas desde a instalação da mesma quando teve o início os registros dos níveis do rio Paraguai no ano de 1900 naquela instalação militar da Marinha do Brasil.
Em 1967 foram registrados menos 53 cm da Régua Fluviométrica de Ladário, no mês de outubro, sendo essa a quarta seca ou estiagem mais severa indicada pela Régua Fluviométrica em estudo. Repetia pari passu o cenário do ano anterior mundo afora, assim como no solo pátrio.
No ano de 1969 a marca da Régua Fluviométrica de Ladário registrou menos 53 cm, no mês de setembro, ocupando conjuntamente com o ano de 1967 a quarta posição da pior seca ou estiagem mais proeminente. Coincidência ou não, a Guerra do Vietnã continuava, as guerras coloniais no continente africano idem, bem como o regime do apartheid na África do Sul, Golpe de Estado na Líbia por Muammar al-Gaddafi, regimes de exceção, senão ditatoriais, em diversos países sul americanos, a posse do General Emílio Garrastazu Médici como presidente do Brasil, e início da luta armada no Brasil contra a Ditadura Militar empreendida por abnegados patriotas contra o regime vigente à época.
No ano de 1910 houve a Revolta da Chibata no Rio de Janeiro sob a liderança do marinheiro João Cândido, no mês de outubro, coincidência ou não, o rio Paraguai registrou em Ladário menos 48 cm, sendo essa a sexta maior seca ou estiagem registrada para a localidade objeto desse estudo. Naquele ano a República era implantada em Portugal. Inicia-se a Revolução Mexicana contra o ditador Porfírio Diaz que se exila no Paraguai.
No ano de 1944 a Régua Fluviométrica de Ladário às margens do rio Paraguai registrava menos 34 cm, no mês de outubro, indicativo da sétima seca ou estiagem mais severa mostrada no ranking para a mencionada localidade, e a Segunda Guerra Mundial prosseguia, com a União Soviética libertando Leningrado do cerco alemão que perdurou durante 900 dias, Londres sofreu o primeiro bombardeio do temível míssil V-2 alemão, na costa da Normandia Francesa houve o desembarque das tropas aliadas nas praias no celebrado Dia “D”, criando as condições para a derrota dos alemães e seus satélites.
Tal fato ocorreu por um motivo muito simples. Desde 1942 o avanço das tropas do Eixo não alavancou um milímetro sequer à frente, em nenhuma frente de batalha, e a vitória dos Exércitos Soviéticos ameaçava a implantação do comunismo em toda a Europa Ocidental. Prova disso, é que a frente russa desde os Balcãs até a Polônia ia esmagando todas as resistências nazistas e de seus fantoches aliados que encontravam pela frente. Se os ingleses e americanos, com a ajuda das forças militares das ex-colônias inglesas e dos exilados franceses, não entrassem na Europa, o Exército Vermelho teria esmagado a resistência de alemães, italianos, romenos, gregos, franquistas e salazaristas promovendo a limpeza da Europa de todos os governos alinhados ideologicamente aos interesses financistas globais. E o rio Paraguai, coincidência ou não, chorava o perecimento de 73.000.000 de pessoas, entre mortos, feridos ou desaparecidos, civis ou militares, os primeiros em sua absoluta maioria.
O ano de 2020 apresenta o registro de menos 32 cm para a leitura da Régua Fluviométrica da Marinha do Brasil para a localidade de Ladário/MS no mês de outubro. Essa marca indica ser o ano de 2020 o ocupante da oitava posição do ranking da seca ou estiagem mais severa registrada para a Régua Fluviométrica em estudos. Coincidência ou não, vivemos um período com um governo que prega o negacionismo, não ouve o clamor da ciência, nega o aquecimento global, persegue opositores e cientistas, e o país celebra 180.000 mortos por conta da pandemia do covid-19 que não é lavada a sério, nem tratada com o devido respeito pelo governo federal, em especial o Ministério da Saúde. Ademais, nesse ano foram extintas as Administrações Hidroviárias que zelavam pela manutenção da navegabilidade das hidrovias brasileiras.
Outro ano da década de dez do século XX foi o ano de 1915, que registrou menos 31 cm, no mês de outubro, na Régua Fluviométrica de Ladário, ocupando a nova posição do ranking da seca ou estiagem mais severa indicada pelos registros da Marinha do Brasil. Em plena Primeira Guerra Mundial, sendo registrado naquela ocasião, pela primeira vez na história dos confrontos militares, o uso de gás mortal por tropas alemãs contra seus inimigos numa batalha em abril de 1915 na Bélgica, segundo apontam registros de historiadores do sangrento conflito bélico, como arma de destruição em massa, bem como o início do extermínio de armênios pela Turquia. Segundo inúmeros relatos seriam entre 1.500.000 a 2.000.000 o número de armênios mortos ou desaparecidos naquele período da história. Na Primeira Guerra Mundial pereceram mais de 30.000.000 de pessoas, entre mortos, feridos ou desaparecidos, contando as vítimas civis e militares. E o rio Paraguai derramou lágrimas por causa de tanto sofrimentos ocorridos naquela Guerra Mundial, que culminaria três anos depois, em 1918, com a Pandemia da Gripe Espanhola, na verdade Gripe Americana, a qual fora identificada em tropas americanas no Kansas, em março de daquele ano, no Acampamento de treinamento do Exército Americano de Funston.
No ano de 1938 a Régua Fluviométrica de Ladário registrou menos 27 cm, no mês de outubro, sendo essa a posição décima do ranking da seca ou estiagem mais severa registrada para a localidade em epígrafe, enquanto a Alemanha nazista anexava a Áustria, o Brasil adquiria material bélico alemão das indústrias Krupp, os nazistas na Alemanha determinavam a ocupação das propriedades de judeus após a expulsão dos mesmos de suas casas na Alemanha hitlerista.
No ano de 1939, no mês de outubro, enquanto o nível das águas do rio Paraguai na localidade de Ladário registrava menos 21 cm na Régua Fluviométrica da Marinha do Brasil, ocupando a décima primeira posição do ranking da seca ou estiagem mais severa, a Alemanha nazista invadia a Checoslováquia, a Guerra Civil Espanhola chegava ao fim com a implantação da Ditadura Franquista que perduraria por mais de três décadas, só terminando no ano de 1973, coincidência ou não, naquele ano ocorria a última grande seca verificada no rio Paraguai no século XX. Convém recordar que o ano de 1939 registra a invasão da Polônia pela Alemanha nazista, dando o pontapé inicial para a Segunda Guerra Mundial, onde os Estados Unidos da América se “declaram neutros”, se abstendo de combater tanto o nazismo, quanto ao fascismo, que eles às escondidas apoiavam, tanto política quanto economicamente, tirando vultosos proveitos financeiros da situação em que se encontrava a população europeia e asiática.
O ano de 1968 registrou a marca de menos 21 cm, no mês de outubro, a estiagem ou seca que ocupa a décima segunda posição no ranking dos registros históricos da localidade em epígrafe. Coincidência ou não, naquele ano iniciou e findou a Primavera de Praga, houve a matança de civis vietnamitas no evento conhecido como massacre de My Lay por tropas americanas no Vietnã, na França o movimento estudantil irrompeu em maio contra o governo conservador de Charles de Gaulle, inúmeras manifestações pacíficas de multidões contra a Guerra do Vietnã era a tônica no mundo afora naquele ano, no Brasil registrou-se a sexta-feira sangrenta no Rio de Janeiro onde a Polícia Militar perseguiu estudantes, no México houve o massacre de Tlatelolco na capital mexicana 10 dias antes do início dos Jogos Olímpicos de 1968, o Golpe Militar perpetrado no Peru, prisão pela PM de mais de 700 líderes estudantis no 30° Congresso da UNE no Brasil, além da implantação pela Ditadura Militar brasileira do famigerado AI-5, o qual viria a ser revogado em 1978, pelo General Ernesto Geisel, através da Emenda Constitucional n° 11. A ofensiva do Tet pelos vietcongues naquele ano foi o evento que viria a mudar os rumos da Guerra do Vietnã com a completa derrocada americana em 1975, levando a libertação do jugo colonial o povo vietnamita, após mais de 20 de combates, ora contra franceses e depois americanos e o sacrifício de mais de 5.000.000 de pessoas mortas, feridas ou desaparecidas, entre civis, principalmente, e militares.
Nem 1970 escapou de ter um registro irônico, enquanto o Brasil conquistava o tricampeonato mundial de futebol no México, e o povo seguia o refrão do regime: “Brasil: Ame-o ou Deixe-o!”, em pleno AI-5, a Régua Fluviométrica de Ladário registrava a marca de menos 19 cm, no mês de dezembro, sendo essa a décima terceira seca ou estiagem mais severa registrada pelos anais da Marinha do Brasil para a localidade em questão. Coincidência ou não, seguiam basicamente os mesmos conflitos vivenciados pela humanidade descritos para o ano de 1969.
No ano de 1948 registrou a Régua Fluviométrica de Ladário o nível de menos 18 cm, no mês de outubro, ocupando a posição décima quarta do ranking da seca ou estiagem mais severa indicada pelos registros coletados pela Marinha do Brasil para a localidade. O rio Paraguai já chorava pelo iminente perigo da corrida armamentista com o lançamento de ogivas nucleares, como as bombas atômicas lançadas pelos EUA sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasalki, no mês de agosto do ano de 1945, para acelerar a capitulação nipônica, com o intuito de frear o iminente ataque do Exército Soviético, que mobilizava enormes contingentes de armas e homens na frente oriental para combater o Japão. Naquele ano de 1948, para surpresa dos americanos, os soviéticos estavam nos preparativos finais para o teste da bomba de Plutônio, conhecida no ocidente como “Joe 1”, a qual foi testada em 29 de agosto de 1949, nas estepes remotas do Casaquistão, bomba essa muitas vezes mais potente que as bombas lançadas sobre o Japão pelos EUA três anos antes.
O ano de 1936 registra a Aliança entre a Alemanha de Hitler e a Itália de Mussolini, a anexação da Renânia pela Alemanha, a assinatura do Pacto Anticomintern entre o Japão e a Alemanha, o início da Guerra Civil Espanhola, com a Alemanha e a Itália ajudando Franco na Espanha, e no Brasil a implantação do Estado Novo, após a denominada Intentona Comunista e a caça aos seus integrantes. E o rio Paraguai chorou copiosas lágrimas registrando menos treze centímetros, no mês de outubro, que o coloca na décima quinta posição do ranking da seca ou estiagem mais severa registrada para a Régua Fluviométrica de Ladário, no ano da deportação de Olga Gutmann Benário Prestes pelo governo de Getúlio Vargas para a Alemanha nazista, para ser executada em uma câmera de gás com mais 199 prisioneiras, no ano de 1942, com 34 anos de idade no campo de extermínio de Bernbung na Alemanha.
Prosseguindo em nossa análise, no ano de 1966 foi registrada a marca de menos 4 cm, no mês de outubro, a décima sexta seca ou estiagem mais severa registrada pela Marinha do Brasil para a Régua Fluviométrica de Ladário. Coincidência ou não, a Ditadura Militar brasileira fechava o Congresso Nacional através de ato do Marechal Castelo Branco, na Argentina era implantado a Ditadura através de Golpe Militar, sem contar a Guerra do Vietnã, tampouco a Revolução Cultura na China e a inúmeras guerras de libertação coloniais em curso na África, exemplos típicos de Moçambique e Angola, por exemplo, afora o regime do apartheid em curso na África do Sul que mantinha Mandela preso desde 1962.
O ano de 1973 também registrou menos 2 cm na leitura da Régua Fluviométrica da Marinha do Brasil para a cidade de Ladário, no mês de outubro, onde indica ser essa a décima sétima seca ou estiagem mais severa registrada para a localidade em estudos. Nesse fatídico ano ocorre a Guerra do Yom Kippur entre Israel e Egito, a Ditadura de Pinochet é implantada no Chile com inúmeros mortos e desaparecidos, os Estados Unidos deixaram de fornecer ajuda militar às claras ao Vietnã do Sul, depois do acordo de Paris, o que ajudaria a encerrar a Guerra do Vietnã dois anos depois em 30/04/1975, com a tomada de Saigon pelas tropas norte-vietnamitas, teve início naquele ano a Ditadura Uruguaia, bem como a matança de estudantes pela Ditadura Grega.
O ano de 1941 registra a cota “zero” na Régua Fluviométrica de Ladário, no mês de outubro, ocupando a décima oitava posição do ranking da seca ou estiagem mais severa. Coincidência ou não, enquanto o rio Paraguai chorava, a Segunda Guerra Mundial corria às soltas com a Alemanha ocupando grande parte do solo europeu, afora seus satélites: Portugal, Espanha, Itália, para citar alguns, só que eles não esperavam que naquele final de ano teria início a terrível contra-ofensiva do Exército Vermelho da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) contra os exércitos do Eixo, em todas a frente russa, além da insensatez e estupidez de guerra nipônica de bombardear a Base Naval americana de Pearl Harbor no Havaí, dando início a entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial contra o Eixo.
Coincidência ou não, no ano de 1974 assumiu a presidência do Brasil o General Ernesto Geisel e iniciou a abertura política. De fato amenizou a repressão escancarada à oposição, o que encontrou feroz resistência entre os militares chamados linha-dura.
Coincidência ou não, durante 47 anos o rio Paraguai não observou níveis tão baixos das suas águas entre os anos de 1973 e 2020. Porventura, nesse período tivemos as sete maiores enchentes ou cheias em 120 anos de levantamentos, contra apenas cinco nos restantes 73 anos de dados levantados pela Marinha do Brasil.
Coincidência ou não, o rio Paraguai nos momentos cruciais vivenciados pela história contada pela humanidade sempre chora copiosas lágrimas, demonstradas através das secas históricas registradas pela Régua Fluviométrica de Ladário, enquanto o povo sofre com a fome, miséria, mortes e desaparecimentos de entes queridos.
Durante os 120 anos de observação do nível das águas do rio Paraguai coletados diuturnamente pela Marinha do Brasil através de leitura da Régua Fluviométrica de Ladário/MS apresentam registros de dezessete secas ou estiagens, com a leitura da Régua indicando valores iguais ou inferiores a marca “zero” lida na Régua em estudo. Diante disso consideraremos essas estiagens ou secas as mais extremas ou severas verificadas na localidade em questão.
O ano que registra a menor leitura, ou seja, a maior seca ou estiagem registrada para a Régua Fluviométrica instalada em Ladário é o ano de 1964. A marca registrada é de menos 61 cm, no mês de setembro. Nesse ano foi implantada à força a Ditadura Militar no Brasil através de um Golpe de Estado, financiado pelos Estados Unidos, e apoiado pelos setores da extrema direita brasileira com a cumplicidade dos militares. Regime esse de terror que fora implantado para combater o fantasma do comunismo através de perseguição a estudantes, professores, profissionais liberais, compositores, cantores, em fim, perseguição à classe pensante brasileira.
O resultado do Golpe de Estado de 1964 que findou em 1985 é objeto de estudos em que uns poucos elementos da sociedade foram privilegiados, em especial, os militares e os políticos apaniguados a eles, em detrimento da imensa maioria da população, que permaneceu marginalizada de eventuais ganhos ou garantias de melhorias em saúde, educação, segurança ou qualidade de vida para o trabalhador. Naquela época tudo era proibido. Desde reunir, discordar, informar. A censura era a alma do governo, a qual imperou nessa época negra da história brasileira.
Coincidência ou não, o rio Paraguai naquele período de 21 anos de autoritarismo também chorou a morte, tortura, desaparecimento e exílio forçado de inúmeros brasileiros, além da expulsão de estrangeiros que não compactuavam com o regime. Um exemplo clássico é o padre italiano Vito Maracapillo expulso do país em 30/10/1980, porque argumentou, em carta, que não havia independência para um “povo reduzido a condição de pedinte e desamparado em seus direitos”.
O ano de 2021 apresenta o registro de menos 60 cm para a leitura da Régua Fluviométrica da Marinha do Brasil para a localidade de Ladário/MS no mês de outubro. Essa marca indica ser o ano de 2021 o ocupante da segunda posição do ranking da seca ou estiagem mais severa registrada para a Régua Fluviométrica em estudos. Coincidência ou não, vivemos um período com um governo que prega o negacionismo, não ouve o clamor da ciência, nega o aquecimento global, persegue opositores e cientistas, e o país celebra 603.324 mortos por conta da pandemia do covid-19 que não é lavada a sério, nem tratada com o devido respeito pelo governo federal, em especial o Ministério da Saúde. Ademais, nesse mesmo ano o Congresso Nacional cria o Orçamento Secreto e inúmeros penduricalhos destruindo o estado democrático de direito no Brasil, em todos os ramos, seja social, ambiental, etc.
No ano de 1971, em plena convulsão no Brasil, com a polícia política à caça de estudantes à bala, o rio Paraguai chegou a menos de 57 cm, no mês de setembro, sendo essa marca a terceira do ranking da seca ou estiagem mais severa indicada nos registros, inclusive é indicado que no mês de janeiro daquele ano atípico houve o registro negativo da altura da Régua Fluviométrica de Ladário. Um fato inédito, jamais ocorrido em outras épocas desde a instalação da mesma quando teve o início os registros dos níveis do rio Paraguai no ano de 1900 naquela instalação militar da Marinha do Brasil.
Em 1967 foram registrados menos 53 cm da Régua Fluviométrica de Ladário, no mês de outubro, sendo essa a quarta seca ou estiagem mais severa indicada pela Régua Fluviométrica em estudo. Repetia pari passu o cenário do ano anterior mundo afora, assim como no solo pátrio.
No ano de 1969 a marca da Régua Fluviométrica de Ladário registrou menos 53 cm, no mês de setembro, ocupando conjuntamente com o ano de 1967 a quarta posição da pior seca ou estiagem mais proeminente. Coincidência ou não, a Guerra do Vietnã continuava, as guerras coloniais no continente africano idem, bem como o regime do apartheid na África do Sul, Golpe de Estado na Líbia por Muammar al-Gaddafi, regimes de exceção, senão ditatoriais, em diversos países sul americanos, a posse do General Emílio Garrastazu Médici como presidente do Brasil, e início da luta armada no Brasil contra a Ditadura Militar empreendida por abnegados patriotas contra o regime vigente à época.
No ano de 1910 houve a Revolta da Chibata no Rio de Janeiro sob a liderança do marinheiro João Cândido, no mês de outubro, coincidência ou não, o rio Paraguai registrou em Ladário menos 48 cm, sendo essa a sexta maior seca ou estiagem registrada para a localidade objeto desse estudo. Naquele ano a República era implantada em Portugal. Inicia-se a Revolução Mexicana contra o ditador Porfírio Diaz que se exila no Paraguai.
No ano de 1944 a Régua Fluviométrica de Ladário às margens do rio Paraguai registrava menos 34 cm, no mês de outubro, indicativo da sétima seca ou estiagem mais severa mostrada no ranking para a mencionada localidade, e a Segunda Guerra Mundial prosseguia, com a União Soviética libertando Leningrado do cerco alemão que perdurou durante 900 dias, Londres sofreu o primeiro bombardeio do temível míssil V-2 alemão, na costa da Normandia Francesa houve o desembarque das tropas aliadas nas praias no celebrado Dia “D”, criando as condições para a derrota dos alemães e seus satélites.
Tal fato ocorreu por um motivo muito simples. Desde 1942 o avanço das tropas do Eixo não alavancou um milímetro sequer à frente, em nenhuma frente de batalha, e a vitória dos Exércitos Soviéticos ameaçava a implantação do comunismo em toda a Europa Ocidental. Prova disso, é que a frente russa desde os Balcãs até a Polônia ia esmagando todas as resistências nazistas e de seus fantoches aliados que encontravam pela frente. Se os ingleses e americanos, com a ajuda das forças militares das ex-colônias inglesas e dos exilados franceses, não entrassem na Europa, o Exército Vermelho teria esmagado a resistência de alemães, italianos, romenos, gregos, franquistas e salazaristas promovendo a limpeza da Europa de todos os governos alinhados ideologicamente aos interesses financistas globais. E o rio Paraguai, coincidência ou não, chorava o perecimento de 73.000.000 de pessoas, entre mortos, feridos ou desaparecidos, civis ou militares, os primeiros em sua absoluta maioria.
O ano de 2020 apresenta o registro de menos 32 cm para a leitura da Régua Fluviométrica da Marinha do Brasil para a localidade de Ladário/MS no mês de outubro. Essa marca indica ser o ano de 2020 o ocupante da oitava posição do ranking da seca ou estiagem mais severa registrada para a Régua Fluviométrica em estudos. Coincidência ou não, vivemos um período com um governo que prega o negacionismo, não ouve o clamor da ciência, nega o aquecimento global, persegue opositores e cientistas, e o país celebra 180.000 mortos por conta da pandemia do covid-19 que não é lavada a sério, nem tratada com o devido respeito pelo governo federal, em especial o Ministério da Saúde. Ademais, nesse ano foram extintas as Administrações Hidroviárias que zelavam pela manutenção da navegabilidade das hidrovias brasileiras.
Outro ano da década de dez do século XX foi o ano de 1915, que registrou menos 31 cm, no mês de outubro, na Régua Fluviométrica de Ladário, ocupando a nova posição do ranking da seca ou estiagem mais severa indicada pelos registros da Marinha do Brasil. Em plena Primeira Guerra Mundial, sendo registrado naquela ocasião, pela primeira vez na história dos confrontos militares, o uso de gás mortal por tropas alemãs contra seus inimigos numa batalha em abril de 1915 na Bélgica, segundo apontam registros de historiadores do sangrento conflito bélico, como arma de destruição em massa, bem como o início do extermínio de armênios pela Turquia. Segundo inúmeros relatos seriam entre 1.500.000 a 2.000.000 o número de armênios mortos ou desaparecidos naquele período da história. Na Primeira Guerra Mundial pereceram mais de 30.000.000 de pessoas, entre mortos, feridos ou desaparecidos, contando as vítimas civis e militares. E o rio Paraguai derramou lágrimas por causa de tanto sofrimentos ocorridos naquela Guerra Mundial, que culminaria três anos depois, em 1918, com a Pandemia da Gripe Espanhola, na verdade Gripe Americana, a qual fora identificada em tropas americanas no Kansas, em março de daquele ano, no Acampamento de treinamento do Exército Americano de Funston.
No ano de 1938 a Régua Fluviométrica de Ladário registrou menos 27 cm, no mês de outubro, sendo essa a posição décima do ranking da seca ou estiagem mais severa registrada para a localidade em epígrafe, enquanto a Alemanha nazista anexava a Áustria, o Brasil adquiria material bélico alemão das indústrias Krupp, os nazistas na Alemanha determinavam a ocupação das propriedades de judeus após a expulsão dos mesmos de suas casas na Alemanha hitlerista.
No ano de 1939, no mês de outubro, enquanto o nível das águas do rio Paraguai na localidade de Ladário registrava menos 21 cm na Régua Fluviométrica da Marinha do Brasil, ocupando a décima primeira posição do ranking da seca ou estiagem mais severa, a Alemanha nazista invadia a Checoslováquia, a Guerra Civil Espanhola chegava ao fim com a implantação da Ditadura Franquista que perduraria por mais de três décadas, só terminando no ano de 1973, coincidência ou não, naquele ano ocorria a última grande seca verificada no rio Paraguai no século XX. Convém recordar que o ano de 1939 registra a invasão da Polônia pela Alemanha nazista, dando o pontapé inicial para a Segunda Guerra Mundial, onde os Estados Unidos da América se “declaram neutros”, se abstendo de combater tanto o nazismo, quanto ao fascismo, que eles às escondidas apoiavam, tanto política quanto economicamente, tirando vultosos proveitos financeiros da situação em que se encontrava a população europeia e asiática.
O ano de 1968 registrou a marca de menos 21 cm, no mês de outubro, a estiagem ou seca que ocupa a décima segunda posição no ranking dos registros históricos da localidade em epígrafe. Coincidência ou não, naquele ano iniciou e findou a Primavera de Praga, houve a matança de civis vietnamitas no evento conhecido como massacre de My Lay por tropas americanas no Vietnã, na França o movimento estudantil irrompeu em maio contra o governo conservador de Charles de Gaulle, inúmeras manifestações pacíficas de multidões contra a Guerra do Vietnã era a tônica no mundo afora naquele ano, no Brasil registrou-se a sexta-feira sangrenta no Rio de Janeiro onde a Polícia Militar perseguiu estudantes, no México houve o massacre de Tlatelolco na capital mexicana 10 dias antes do início dos Jogos Olímpicos de 1968, o Golpe Militar perpetrado no Peru, prisão pela PM de mais de 700 líderes estudantis no 30° Congresso da UNE no Brasil, além da implantação pela Ditadura Militar brasileira do famigerado AI-5, o qual viria a ser revogado em 1978, pelo General Ernesto Geisel, através da Emenda Constitucional n° 11. A ofensiva do Tet pelos vietcongues naquele ano foi o evento que viria a mudar os rumos da Guerra do Vietnã com a completa derrocada americana em 1975, levando a libertação do jugo colonial o povo vietnamita, após mais de 20 de combates, ora contra franceses e depois americanos e o sacrifício de mais de 5.000.000 de pessoas mortas, feridas ou desaparecidas, entre civis, principalmente, e militares.
Nem 1970 escapou de ter um registro irônico, enquanto o Brasil conquistava o tricampeonato mundial de futebol no México, e o povo seguia o refrão do regime: “Brasil: Ame-o ou Deixe-o!”, em pleno AI-5, a Régua Fluviométrica de Ladário registrava a marca de menos 19 cm, no mês de dezembro, sendo essa a décima terceira seca ou estiagem mais severa registrada pelos anais da Marinha do Brasil para a localidade em questão. Coincidência ou não, seguiam basicamente os mesmos conflitos vivenciados pela humanidade descritos para o ano de 1969.
No ano de 1948 registrou a Régua Fluviométrica de Ladário o nível de menos 18 cm, no mês de outubro, ocupando a posição décima quarta do ranking da seca ou estiagem mais severa indicada pelos registros coletados pela Marinha do Brasil para a localidade. O rio Paraguai já chorava pelo iminente perigo da corrida armamentista com o lançamento de ogivas nucleares, como as bombas atômicas lançadas pelos EUA sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasalki, no mês de agosto do ano de 1945, para acelerar a capitulação nipônica, com o intuito de frear o iminente ataque do Exército Soviético, que mobilizava enormes contingentes de armas e homens na frente oriental para combater o Japão. Naquele ano de 1948, para surpresa dos americanos, os soviéticos estavam nos preparativos finais para o teste da bomba de Plutônio, conhecida no ocidente como “Joe 1”, a qual foi testada em 29 de agosto de 1949, nas estepes remotas do Casaquistão, bomba essa muitas vezes mais potente que as bombas lançadas sobre o Japão pelos EUA três anos antes.
O ano de 1936 registra a Aliança entre a Alemanha de Hitler e a Itália de Mussolini, a anexação da Renânia pela Alemanha, a assinatura do Pacto Anticomintern entre o Japão e a Alemanha, o início da Guerra Civil Espanhola, com a Alemanha e a Itália ajudando Franco na Espanha, e no Brasil a implantação do Estado Novo, após a denominada Intentona Comunista e a caça aos seus integrantes. E o rio Paraguai chorou copiosas lágrimas registrando menos treze centímetros, no mês de outubro, que o coloca na décima quinta posição do ranking da seca ou estiagem mais severa registrada para a Régua Fluviométrica de Ladário, no ano da deportação de Olga Gutmann Benário Prestes pelo governo de Getúlio Vargas para a Alemanha nazista, para ser executada em uma câmera de gás com mais 199 prisioneiras, no ano de 1942, com 34 anos de idade no campo de extermínio de Bernbung na Alemanha.
Prosseguindo em nossa análise, no ano de 1966 foi registrada a marca de menos 4 cm, no mês de outubro, a décima sexta seca ou estiagem mais severa registrada pela Marinha do Brasil para a Régua Fluviométrica de Ladário. Coincidência ou não, a Ditadura Militar brasileira fechava o Congresso Nacional através de ato do Marechal Castelo Branco, na Argentina era implantado a Ditadura através de Golpe Militar, sem contar a Guerra do Vietnã, tampouco a Revolução Cultura na China e a inúmeras guerras de libertação coloniais em curso na África, exemplos típicos de Moçambique e Angola, por exemplo, afora o regime do apartheid em curso na África do Sul que mantinha Mandela preso desde 1962.
O ano de 1973 também registrou menos 2 cm na leitura da Régua Fluviométrica da Marinha do Brasil para a cidade de Ladário, no mês de outubro, onde indica ser essa a décima sétima seca ou estiagem mais severa registrada para a localidade em estudos. Nesse fatídico ano ocorre a Guerra do Yom Kippur entre Israel e Egito, a Ditadura de Pinochet é implantada no Chile com inúmeros mortos e desaparecidos, os Estados Unidos deixaram de fornecer ajuda militar às claras ao Vietnã do Sul, depois do acordo de Paris, o que ajudaria a encerrar a Guerra do Vietnã dois anos depois em 30/04/1975, com a tomada de Saigon pelas tropas norte-vietnamitas, teve início naquele ano a Ditadura Uruguaia, bem como a matança de estudantes pela Ditadura Grega.
O ano de 1941 registra a cota “zero” na Régua Fluviométrica de Ladário, no mês de outubro, ocupando a décima oitava posição do ranking da seca ou estiagem mais severa. Coincidência ou não, enquanto o rio Paraguai chorava, a Segunda Guerra Mundial corria às soltas com a Alemanha ocupando grande parte do solo europeu, afora seus satélites: Portugal, Espanha, Itália, para citar alguns, só que eles não esperavam que naquele final de ano teria início a terrível contra-ofensiva do Exército Vermelho da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) contra os exércitos do Eixo, em todas a frente russa, além da insensatez e estupidez de guerra nipônica de bombardear a Base Naval americana de Pearl Harbor no Havaí, dando início a entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial contra o Eixo.
Coincidência ou não, no ano de 1974 assumiu a presidência do Brasil o General Ernesto Geisel e iniciou a abertura política. De fato amenizou a repressão escancarada à oposição, o que encontrou feroz resistência entre os militares chamados linha-dura.
Coincidência ou não, durante 47 anos o rio Paraguai não observou níveis tão baixos das suas águas entre os anos de 1973 e 2020. Porventura, nesse período tivemos as sete maiores enchentes ou cheias em 120 anos de levantamentos, contra apenas cinco nos restantes 73 anos de dados levantados pela Marinha do Brasil.
Coincidência ou não, o rio Paraguai nos momentos cruciais vivenciados pela história contada pela humanidade sempre chora copiosas lágrimas, demonstradas através das secas históricas registradas pela Régua Fluviométrica de Ladário, enquanto o povo sofre com a fome, miséria, mortes e desaparecimentos de entes queridos.
"Maiores enchentes registradas em Ladário/MS
Coincidência ou não, como dito anteriormente, durante quase meio século o rio Paraguai não observou níveis tão baixos de suas águas (estiagens ou secas) entre os anos de 1973 e 2020. Ademais, nesse período tivemos as sete maiores enchentes ou cheias (níveis mais altos observados nas águas) em 120 anos de registros, contra apenas cinco nos restantes mais de 70 anos de dados levantados pela Marinha do Brasil para a Régua Fluviométrica da cidade de Ladário.
A maior de todas as enchentes ou cheias verificou no ano de 1988, no mês de abril, com o registro de 664 cm da mencionada Régua. Veio comemorar junto a população brasileira a promulgação da Constituição de 1988 enterrando o arcabouço ditatorial inaugurado em 1964. Deu início naquele ano a formação do bloco sul americano do Mercado Comum do Sul (Mercosul).
A segunda maior de todas as enchentes ou cheias registradas tinha sido verificada no ano de 1905, no mês de maio, com o registro de 662 cm da mencionada Régua. Naquela ocasião a Noruega tornava-se independente, ocorria o motim do couraçado Potemkin em julho, em face do massacre da população russa pelas tropas imperiais no evento conhecido como Domingo Sangrento em janeiro daquele ano em São Petersburgo desencadeando daí a Revolução Russa de 1905, um ensaio para a Revolução Russa de 1917, com Einstein anunciado a Teoria da Relatividade, bem como o fim da Guerra Russo Japonesa.
A terceira maior de todas as enchentes verificou-se no ano de 1995, no mês de abril, com a marca histórica de 656 cm da Régua Fluviométrica de Ladário. Naquela ocasião tomou posse na presidência do Brasil Fernando Henrique Cardoso, que fora eleito devido ao Plano Real implantado no governo que o antecedeu, como ministro da Fazenda de Itamar Franco.
A quarta maior enchente verificou-se em 1982, no mês de abril, com o registro de 652 cm da Régua fluviométrica de Ladário. Aquele ano foi marcado como o Ano Internacional de Mobilização pelas sanções à África do Sul, pela ONU, contra o regime do apartheid vigente na nação sul-africana. No Brasil foram efetuadas as primeiras eleições para governadores após o início da abertura política com a esmagadora vitória dos opositores da ditadura.
A quinta maior de todas as enchentes registradas ocorreu em 1913, no mês de abril, com a marca de 639 cm lidos na Régua Fluviométrica da Ladário. Naquele ano ocorre a prisão de Mohandas Karamchad Mahatama Ghandhi por liderar protestos de mineiros indianos que laboravam nas minas da África do Sul, sendo solto após pagar fiança, o que fez ganhar notoriedade por suas posições, como a política da desobediência civil sem o uso da violência e o jejum como forma de protesto.
A sexta maior das enchentes verificou-se em 1920, no mês de maio, com a marca de 637 cm, no ano que chegou ao fim a Revolução Mexicana, iniciada dez anos antes.
Decorreram mais de 47 anos para constatar outra grande enchente. A enchente seguinte, a sétima maior, ocorreu no ano de 1979, no mês de março, com o registro de 628 cm na Régua Fluviométrica de Ladário. Dois fatos de extrema importância aconteceram naquele ano, o restabelecimento das relações diplomáticas entre os Estados Unidos da América e a China Continental, e o início do processo de abertura política no Brasil, prenunciando o fim da Ditadura Militar, pelo General João Batista de Oliveira Figueiredo com a Lei da Anistia. Ademais, verificou o fim do regime de Pol Pot no Camboja, a fuga do Xã do Irã para o Egito,a Revolução Islâmica no Irã, o acordo de Paz entre Israel e o Egito, acordo do SALT II entre EUA e URSS, a deposição do ditador Anastasio Somoza Debayle da Nicáragua, encerrando um ciclo de ditadores de família que vinha desde 1936 e a morte de Josef Mengele, criminoso de guerra nazista alemão que a ditadura militar brasileira escondia em solo pátrio.
A oitava maior enchente foi registrada em 1980, no mês de abril, com a marca de 617 cm na Régua Fluviométrica de Ladário. Naquele ano houve a deposição do ditador ugandense Idi Amin, a morte da Besta de Sobebor (Gustav Franz Wagner), criminoso de guerra nazista, que a ditadura militar brasileira deu guarida, sendo encontrado morto em Atibaia/SP, a independência do Zimbabwe e a fundação do Partido dos Trabalhadores (PT) no Brasil.
A nona maior enchente ocorreu em maio de 1989, sendo a marca histórica registrada de 612 cm. Naquele ano houve a Queda do Muro de Berlim e o colapso da União Soviética.
No ano de 1921 temos a décima maior enchente, com o registro histórico de 607 cm, no mês de abril. Naquele ano é proclamada a República da Turquia, a Independência da Mongólia e a criação dos Partidos Comunistas Chinês e Português.
Também empatada no ranking das maiores enchentes com o ano de 1921 aparece a cheia do ano de 1985, verificada também no mesmo mês de abril. Naquela ocasião foi eleito Mikhail Gorbatchov como líder da URSS que promoveu a abertura conhecida como Glasnost, que anos depois viria a provocar o colapso da URSS e o desmembramento em vários estados independentes. Marca-se o fim da Ditadura Militar no Brasil com a eleição de Tancredo Neves para a presidência do Brasil. Também em solo pátrio aconteceram as primeiras eleições diretas para as capitais, após mais de 20 anos de regime ditatorial de exceção, com a aplicação do “voto vinculado”, onde o eleitor era obrigado a escolher candidatos de um mesmo partido, sob pena de anulação do voto.
Reserva-se para o ano de 1932 a décima segunda maior enchente, no mês de maio, com a marca de 598 cm. Naquele ano ocorre a eleição de Franklin Delano Roosevelt para a presidência dos EUA e no Brasil ocorre a Revolução Constitucionalista contra o governo central de Getúlio Vargas. O movimento conhecido como MMDC de um lado com os Estado de São Paulo, parte de Minas Gerais e Maracaju (atual Mato Grosso do Sul) e a Frente Única Gaúcha contra o governo central da República que obteve a vitória militar, mas o desfecho da Revolução Constitucionalista de 1932 foi a eleição da Assembleia Constituinte em 1933 e a promulgação da Constituição de 1934, como bem definiu o General Bertoldo Klinger, que pernoitará certa ocasião naquela época na fazenda Três Pontes do meu avô Joaquim Rezende de Menezes:
"Ao entrarmos no sólo paulista, para assumir o commando supremo, declarei que desembainhava a minha espada em continencia á Lei (...) Fomos obrigados a uma rendição incondicional, para poupar a S. Paulo, a todo o Brasil, dias mais amargos ainda. Mas fizemos triumphar a nossa idéa: a volta do paiz ao regimen constitucional. Obrigamos o governo a realiza-la. E, conseguido o nosso objectivo, podemos mais uma vez dizer que a santa guerra em que São Paulo e Matto Grosso se bateram pelo Brasil livre contra o Brasil escravisado, o vencido venceu o vencedor." (grifo e sublinhado nosso)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Constitucionalista_de_1932.
Coincidência ou não, como dito anteriormente, durante quase meio século o rio Paraguai não observou níveis tão baixos de suas águas (estiagens ou secas) entre os anos de 1973 e 2020. Ademais, nesse período tivemos as sete maiores enchentes ou cheias (níveis mais altos observados nas águas) em 120 anos de registros, contra apenas cinco nos restantes mais de 70 anos de dados levantados pela Marinha do Brasil para a Régua Fluviométrica da cidade de Ladário.
A maior de todas as enchentes ou cheias verificou no ano de 1988, no mês de abril, com o registro de 664 cm da mencionada Régua. Veio comemorar junto a população brasileira a promulgação da Constituição de 1988 enterrando o arcabouço ditatorial inaugurado em 1964. Deu início naquele ano a formação do bloco sul americano do Mercado Comum do Sul (Mercosul).
A segunda maior de todas as enchentes ou cheias registradas tinha sido verificada no ano de 1905, no mês de maio, com o registro de 662 cm da mencionada Régua. Naquela ocasião a Noruega tornava-se independente, ocorria o motim do couraçado Potemkin em julho, em face do massacre da população russa pelas tropas imperiais no evento conhecido como Domingo Sangrento em janeiro daquele ano em São Petersburgo desencadeando daí a Revolução Russa de 1905, um ensaio para a Revolução Russa de 1917, com Einstein anunciado a Teoria da Relatividade, bem como o fim da Guerra Russo Japonesa.
A terceira maior de todas as enchentes verificou-se no ano de 1995, no mês de abril, com a marca histórica de 656 cm da Régua Fluviométrica de Ladário. Naquela ocasião tomou posse na presidência do Brasil Fernando Henrique Cardoso, que fora eleito devido ao Plano Real implantado no governo que o antecedeu, como ministro da Fazenda de Itamar Franco.
A quarta maior enchente verificou-se em 1982, no mês de abril, com o registro de 652 cm da Régua fluviométrica de Ladário. Aquele ano foi marcado como o Ano Internacional de Mobilização pelas sanções à África do Sul, pela ONU, contra o regime do apartheid vigente na nação sul-africana. No Brasil foram efetuadas as primeiras eleições para governadores após o início da abertura política com a esmagadora vitória dos opositores da ditadura.
A quinta maior de todas as enchentes registradas ocorreu em 1913, no mês de abril, com a marca de 639 cm lidos na Régua Fluviométrica da Ladário. Naquele ano ocorre a prisão de Mohandas Karamchad Mahatama Ghandhi por liderar protestos de mineiros indianos que laboravam nas minas da África do Sul, sendo solto após pagar fiança, o que fez ganhar notoriedade por suas posições, como a política da desobediência civil sem o uso da violência e o jejum como forma de protesto.
A sexta maior das enchentes verificou-se em 1920, no mês de maio, com a marca de 637 cm, no ano que chegou ao fim a Revolução Mexicana, iniciada dez anos antes.
Decorreram mais de 47 anos para constatar outra grande enchente. A enchente seguinte, a sétima maior, ocorreu no ano de 1979, no mês de março, com o registro de 628 cm na Régua Fluviométrica de Ladário. Dois fatos de extrema importância aconteceram naquele ano, o restabelecimento das relações diplomáticas entre os Estados Unidos da América e a China Continental, e o início do processo de abertura política no Brasil, prenunciando o fim da Ditadura Militar, pelo General João Batista de Oliveira Figueiredo com a Lei da Anistia. Ademais, verificou o fim do regime de Pol Pot no Camboja, a fuga do Xã do Irã para o Egito,a Revolução Islâmica no Irã, o acordo de Paz entre Israel e o Egito, acordo do SALT II entre EUA e URSS, a deposição do ditador Anastasio Somoza Debayle da Nicáragua, encerrando um ciclo de ditadores de família que vinha desde 1936 e a morte de Josef Mengele, criminoso de guerra nazista alemão que a ditadura militar brasileira escondia em solo pátrio.
A oitava maior enchente foi registrada em 1980, no mês de abril, com a marca de 617 cm na Régua Fluviométrica de Ladário. Naquele ano houve a deposição do ditador ugandense Idi Amin, a morte da Besta de Sobebor (Gustav Franz Wagner), criminoso de guerra nazista, que a ditadura militar brasileira deu guarida, sendo encontrado morto em Atibaia/SP, a independência do Zimbabwe e a fundação do Partido dos Trabalhadores (PT) no Brasil.
A nona maior enchente ocorreu em maio de 1989, sendo a marca histórica registrada de 612 cm. Naquele ano houve a Queda do Muro de Berlim e o colapso da União Soviética.
No ano de 1921 temos a décima maior enchente, com o registro histórico de 607 cm, no mês de abril. Naquele ano é proclamada a República da Turquia, a Independência da Mongólia e a criação dos Partidos Comunistas Chinês e Português.
Também empatada no ranking das maiores enchentes com o ano de 1921 aparece a cheia do ano de 1985, verificada também no mesmo mês de abril. Naquela ocasião foi eleito Mikhail Gorbatchov como líder da URSS que promoveu a abertura conhecida como Glasnost, que anos depois viria a provocar o colapso da URSS e o desmembramento em vários estados independentes. Marca-se o fim da Ditadura Militar no Brasil com a eleição de Tancredo Neves para a presidência do Brasil. Também em solo pátrio aconteceram as primeiras eleições diretas para as capitais, após mais de 20 anos de regime ditatorial de exceção, com a aplicação do “voto vinculado”, onde o eleitor era obrigado a escolher candidatos de um mesmo partido, sob pena de anulação do voto.
Reserva-se para o ano de 1932 a décima segunda maior enchente, no mês de maio, com a marca de 598 cm. Naquele ano ocorre a eleição de Franklin Delano Roosevelt para a presidência dos EUA e no Brasil ocorre a Revolução Constitucionalista contra o governo central de Getúlio Vargas. O movimento conhecido como MMDC de um lado com os Estado de São Paulo, parte de Minas Gerais e Maracaju (atual Mato Grosso do Sul) e a Frente Única Gaúcha contra o governo central da República que obteve a vitória militar, mas o desfecho da Revolução Constitucionalista de 1932 foi a eleição da Assembleia Constituinte em 1933 e a promulgação da Constituição de 1934, como bem definiu o General Bertoldo Klinger, que pernoitará certa ocasião naquela época na fazenda Três Pontes do meu avô Joaquim Rezende de Menezes:
"Ao entrarmos no sólo paulista, para assumir o commando supremo, declarei que desembainhava a minha espada em continencia á Lei (...) Fomos obrigados a uma rendição incondicional, para poupar a S. Paulo, a todo o Brasil, dias mais amargos ainda. Mas fizemos triumphar a nossa idéa: a volta do paiz ao regimen constitucional. Obrigamos o governo a realiza-la. E, conseguido o nosso objectivo, podemos mais uma vez dizer que a santa guerra em que São Paulo e Matto Grosso se bateram pelo Brasil livre contra o Brasil escravisado, o vencido venceu o vencedor." (grifo e sublinhado nosso)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Constitucionalista_de_1932.
domingo, 24 de dezembro de 2017
Análise da evolução de defeitos no pavimento asfático em quatro trechos de rodovias federais no Estado de MS: estudo de caso
Dissertação de Conclusão de Curso de Especialização em Operações Rodoviárias (CEOR) ministrado pela UFSC em convênio firmado com o DNIT do Engenheiro Deodoro Barbosa de Rezende.
clique no link abaixo para acessar o sítio da UFSC para obter o acesso a dissetação:
Análise da evolução de defeitos no pavimento asfático em quatro trechos de rodovias federais no Estado de MS: estudo de caso
sexta-feira, 10 de junho de 2011
POSTE DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA 100% ALIMENTADO POR ENERGIA EÓLICA E SOLAR
Cem por cento limpeza
Empresário cearense desenvolve o primeiro poste de iluminação pública 100% alimentado por energia eólica e solar
Por GEVAN OLIVEIRA
Empresário cearense desenvolve o primeiro poste de iluminação pública 100% alimentado por energia eólica e solar
Não tem mais volta.
As tecnologias limpas – aquelas que não queimam combustível fóssil – serão o futuro do planeta quando o assunto for geração de energia elétrica. E, nessa onda, a produção eólica e solar sai na frente, representando importantes fatias na matriz energética de vários países europeus, como Espanha, Alemanha e Portugal, além dos Estados Unidos. Também está na dianteira quem conseguiu vislumbrar essa realidade, quando havia apenas teorias, e preparou-se para produzir energia sem agredir o meio ambiente. No Ceará, um dos locais no mundo com maior potencial energético (limpo), um ‘cabeça chata’ pretende mostrar que o estado, além de abençoado pela natureza, é capaz de desenvolver tecnologia de ponta.
O professor Pardal cearense é o engenheiro mecânico Fernandes Ximenes, proprietário da Gram-Eollic, empresa que lançou no mercado o primeiro poste de iluminação pública 100% alimentado por energias eólica e solar. Com modelos de 12 e 18 metros de altura (feitos em aço), o que mais chama a atenção no invento, tecnicamente denominado de Produtor Independente de Energia (PIE), é a presença de um avião no topo do poste.
Feito em fibra de carbono e alumínio especial – mesmo material usado em aeronaves comerciais –, a peça tem três metros de comprimento e, na realidade, é a peça-chave do poste híbrido. Ximenes diz que o formato de avião não foi escolhido por acaso. A escolha se deve à sua aerodinâmica, que facilita a captura de raios solares e de vento. "Além disso, em forma de avião, o poste fica mais seguro. São duas fontes de energia alimentando-se ao mesmo tempo, podendo ser instalado em qualquer região e localidade do Brasil e do mundo", esclarece.
Tecnicamente, as asas do avião abrigam células solares que captam raios ultravioletas e infravermelhos por meio do silício (elemento químico que é o principal componente do vidro, cimento, cerâmica, da maioria dos componentes semicondutores e dos silicones), transformando-os em energia elétrica (até 400 watts), que é armazenada em uma bateria afixada alguns metros abaixo. Cumprindo a mesma tarefa de gerar energia, estão as hélices do avião. Assim como as naceles (pás) dos grandes cata-ventos espalhados pelo litoral cearense, a energia (até 1.000 watts) é gerada a partir do giro dessas pás.
Cada poste é capaz de abastecer outros três ao mesmo o tempo. Ou seja, um poste com um "avião" – na verdade um gerador – é capaz de produzir energia para outros dois sem gerador e com seis lâmpadas LEDs (mais eficientes e mais ecológicas, uma vez que não utilizam mercúrio, como as fluorescentes compactas) de 50.000 horas de vida útil dia e noite (cerca de 50 vezes mais que as lâmpadas em operação atualmente; quanto à luminosidade, as LEDs são oito vezes mais potentes que as convencionais). A captação (da luz e do vento) pelo avião é feita em um eixo com giro de 360 graus, de acordo com a direção do vento.
À prova de apagão
Por meio dessas duas fontes, funcionando paralelamente, o poste tem autonomia de até sete dias, ou seja, é à prova de apagão. Ximenes brinca dizendo que sua tecnologia é mais resistente que o homem: "As baterias do poste híbrido têm autonomia para 70 horas, ou seja, se faltarem vento e sol 70 horas, ou sete noites seguidas, as lâmpadas continuarão ligadas, enquanto a humanidade seria extinta porque não se consegue viver sete dias sem a luz solar".
O inventor explica que a idéia nasceu em 2001, durante o apagão. Naquela época, suas pesquisas mostraram que era possível oferecer alternativas ao caos energético. Ele conta que a caminhada foi difícil, em função da falta de incentivo – o trabalho foi desenvolvido com recursos próprios. Além disso, teve que superar o pessimismo de quem não acreditava que fosse possível desenvolver o invento. "Algumas pessoas acham que só copiamos e adaptamos descobertas de outros. Nossa tecnologia, no entanto, prova que esse pensamento está errado. Somos, sim, capazes de planejar, executar e levar ao mercado um produto feito 100% no Ceará. Precisamos, na verdade, é de pessoas que acreditem em nosso potencial", diz.
Mas esse não parece ser um problema para o inventor. Ele até arranjou um padrinho forte, que apostou na idéia: o governo do estado. O projeto, gestado durante sete anos, pode ser visto no Palácio Iracema, onde passa por testes. De acordo com Ximenes, nos próximos meses deve haver um entendimento entre as partes. Sua intenção é colocar a descoberta em praças, avenidas e rodovias.
O empresário garante que só há benefícios econômicos para o (possível) investidor. Mesmo não divulgando o valor necessário à instalação do equipamento, Ximenes afirma que a economia é de cerca de R$ 21.000 por quilômetro/mês, considerando-se a fatura cheia da energia elétrica. Além disso, o custo de instalação de cada poste é cerca de 10% menor que o convencional, isso porque economiza transmissão, subestação e cabeamento. A alternativa teria, também, um forte impacto no consumo da iluminação pública, que atualmente representa 7% da energia no estado. "Com os novos postes, esse consumo passaria para próximo de 3%", garante, ressaltando que, além das vantagens econômicas, existe ainda o apelo ambiental. "Uma vez que não haverá contaminação do solo, nem refugo de materiais radioativos, não há impacto ambiental", finaliza Fernandes Ximenes.
Vento e sol
Com a inauguração, em agosto do ano passado, do parque eólico Praias de Parajuru, em Beberibe, o Ceará passou a ser o estado brasileiro com maior capacidade instalada em geração de energia elétrica por meio dos ventos, com mais de 150 megawatts (MW). Instalada em uma área de 325 hectares , localizada a pouco mais de cem quilômetros de Fortaleza, a nova usina passou a funcionar com 19 aerogeradores, capazes de gerar 28,8 MW. O empreendimento é resultado de uma parceria entre a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a empresa Impsa, fabricante de aerogeradores. Além dessa, a parceria prevê a construção de dois outros parques eólicos – Praia do Morgado, com uma capacidade também de 28,8 MW, e Volta do Rio, com 28 aerogeradores produzindo, em conjunto, 42 MW de eletricidade. Os dois parques serão instalados no município de Acaraú, a 240 quilômetros de Fortaleza.Se no litoral cearense não falta vento, no interior o que tem muito são raios solares. O calor, que racha a terra e enche de apreensão o agricultor em tempos de estiagem, traz como consolo a possibilidade de criação de emprego e renda a partir da geração de energia elétrica. Na região dos Inhamuns, por exemplo, onde há a maior radiação solar de todo o país, o potencial é que sejam produzidos, durante o dia, até 16 megajoules (MJ – unidade de medida da energia obtida pelo calor) por metro quadrado.
Essa característica levou investidores a escolher a região, especificamente o município de Tauá, para abrigar a primeira usina solar brasileira. O projeto está pronto e a previsão é que as obras comecem no final deste mês (abr10). O empreendimento contará com aporte do Fundo de Investimento em Energia Solar (FIES), iniciativa que dá benefícios fiscais para viabilizar a produção e comercialização desse tipo de energia, cujo custo ainda é elevado em relação a outras fontes, como hidrelétricas, térmicas e eólicas.
A usina de Tauá será construída pela MPX – empresa do grupo EBX, de Eike Batista – e inicialmente foi anunciada com uma capacidade de produção de 50 MW, o que demandaria investimentos superiores a US$ 400 milhões. Dessa forma, seria a segunda maior do mundo, perdendo apenas para um projeto em Portugal. No entanto, os novos planos da empresa apontam para uma produção inicial de apenas 1 MW, para em seguida ser ampliada, até alcançar os 5 MW já autorizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Os equipamentos foram fornecidos pela empresa chinesa Yingli.
Segundo o presidente da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Antônio Balhmann, essa ampliação dependerá da capacidade de financiamento do FIES. Aprovado em 2009 e pioneiro no Brasil, o fundo pagaria ao investidor a diferença entre a tarifa de referência normal e a da solar, ainda mais cara. "A energia solar hoje é inviável financeiramente, e só se torna possível agora por meio desse instrumento", esclarece. Ao todo, estima-se que o Ceará tem potencial de geração fotovoltaica de até 60.000 MW.
Também aproveitando o potencial do estado para a energia solar, uma empresa espanhola realiza estudos para definir a instalação de duas térmicas movidas a esse tipo de energia. Caso se confirme o interesse espanhol, as terras cearenses abrigariam as primeiras termossolares do Brasil. A dimensão e a capacidade de geração do investimento ainda não estão definidas, mas se acredita que as unidades poderão começar com capacidade entre 2 MW a 5 MW.
Bola da vez
Bola da vez
De fato, em todas as partes do mundo, há esforços cada vez maiores e mais rápidos para transformar as energias limpas na bola da vez. E, nesse sentido, números positivos não faltam para alimentar tal expectativa. Organismos internacionais apontam que o mundo precisará de 37 milhões de profissionais para atuar no setor de energia renovável até 2030, e boa parte deles deverá estar presente no Brasil. Isso se o país souber aproveitar seu gigantesco potencial, especialmente para gerar energias eólica e solar. Segundo o Estudo Prospectivo para Energia Fotovoltaica, desenvolvido pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), o dever de casa no país passa, em termos de energia solar, por exemplo, pela modernização de laboratórios, integração de centros de referência e investimento em desenvolvimento de tecnologia para obter energia fotovoltaica a baixo custo. Também precisará estabelecer um programa de distribuição de energia com sistemas que conectem casas, empresas, indústria e prédios públicos.
"Um dos objetivos do estudo, em fase de conclusão, é identificar as oportunidades e desafios para a participação brasileira no mercado doméstico e internacional de energia solar fotovoltaica", diz o assessor técnico do CGEE, Elyas Ferreira de Medeiros. Por intermédio desse trabalho, será possível construir e recomendar ações estratégicas aos órgãos de governo, universidades e empresas, sempre articuladas com a sociedade, para inserir o país nesse segmento. Ele explica que as vantagens da energia solar são muitas e os números astronômicos. Elyas cita um exemplo: em um ano, a Terra recebe pelos raios solares o equivalente a 10.000 vezes o consumo mundial de energia no mesmo período.
O CGEE destaca, em seu trabalho, a necessidade de que sejam instituídas políticas de desenvolvimento tecnológico, com investimentos em pesquisa sobre o silício e sistemas fotovoltaicos. Há a necessidade de fomentar o desenvolvimento de uma indústria nacional de equipamentos de sistemas produtivos com alta integração, além de incentivar a implantação de um programa de desenvolvimento industrial e a necessidade de formação de profissionais para instalar, operar e manter os sistemas fotovoltaicos.
Fonte: Revista Fiec
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
FORMATURA COLÉGIO MILITAR DE CAMPO GRANDE
Hoje, dia 18/02/2011 no período matutino, houve a formatura matinal no CMCG, com a finalidade de entrega das graduações aos alunos agraciados pela honraria do colégio militar tri-campeão do troféu Thomas Coelho.
Desfile dos alunos do CMCG, nesta sexta-feira, 18 de Fevereiro de 2011, no Colégio na cidade de Campo Grande - MS.
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